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UFRN é 1ª no Brasil a ter autorização para cultivar cannabis para pesquisa

Instituto do Cérebro da Universidade poderá plantar maconha para fazer testes de avaliação de eficácia e segurança e colher dados relacionados

No mês de dezembro, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN) a plantar maconha medicinal para realizar projetos de pesquisa pré-clínica com produtos derivados. Os testes, em fase de experimento, devem ser feitos em camundongos; e o objetivo é validar a eficácia e a segurança das substâncias para tratamento de sintomas de distúrbios psiquiátricos e neurológicos.


A Universidade é a primeira no Brasil a poder cultivar a planta para a realização de pesquisas e geração de dados. De acordo com o reitor da UFRN, Daniel Diniz, em entrevista ao Jornal Nacional, havia um histórico de não autorização para as universidades fazerem o cultivo com a finalidade de pesquisa. “As pesquisas no Brasil ficavam limitadas à importação de material já processado do exterior. Isso limitava muito o andamento”, disse ele.


O pesquisador do Instituto do Cérebro, Cláudio Queiroz, explicou que existe um interesse de se compreender como as substâncias derivadas da cannabis controlam e modificam a atividade do cérebro.


"Isso tem implicações muito importantes que vão desde distúrbios psiquiátricos como depressão, ansiedade até distúrbios neurológicos, como as epilepsias e alguns tipos de transtornos, como o autismo, por exemplo", afirma.


Para contar com a autorização e realizar as pesquisas, a UFRN terá que cumprir alguns critérios de segurança determinados pela Agência. São eles:


1) Realizar o plantio em ambiente fechado, com acesso controlado de pessoas registradas.


2) Monitorar todo o local por vídeo, com vigilância armada em tempo integral.


3) Submeter à Anvisa o projeto de edificação e instalações.


4) Encaminhar à Anvisa os registros de acompanhamento individual de cada projeto por meio de relatórios semestrais e anuais.


5) Ao término do projeto, enviar à Anvisa um relatório de conclusão informando sobre a utilização e destinação da cannabis.


6) Caso haja descarte, os produtos devem ser inativados e descartados por uma empresa especializada.

Diversas pesquisas vêm sendo realizadas ao redor do mundo para um maior entendimento do uso da cannabis. Sabe-se que os canabinóides podem ajudar a tratar sintomas de diversas doenças, como ansiedade, depressão, dores e ataques epiléticos, entre outros. Ainda assim, existe um consenso de que são necessários cada vez mais estudos para a obtenção de resultados mais detalhados.