Cada vez mais uma série de estudos vem focando nos resultados do uso da maconha
com fim medicinal para o combate de sintomas presentes em diversas doenças. No caso
da depressão não é diferente. Quem sofre com depressão pode, inclusive, perder a
vontade de viver, por isso a busca por tratamentos de todos os tipos é de extrema
importância.
Normalmente são recomendados fármacos tradicionais para tratar a depressão, além de
atividade física, boa alimentação e terapia, mas os medicamentos tradicionais costumam
provocar muitos efeitos colaterais, algo que acontece em menor nível quando se trata de
cannabis medicinal.
Além disso, muitos pacientes com depressão têm resistência a medicamentos
tradicionais, o que foi comprovado por um estudo realizado por integrantes do Instituto
de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e outros órgãos. A pesquisa
mostrou que 30% dos pacientes que sofrem com depressão no continente possuem um
tipo da doença que é resistente aos tratamentos convencionais. Dessa forma, a
necessidade de novos estudos relacionados a opções alternativas de tratamento, tal
como o uso medicinal da maconha, se torna ainda maior.
Estudos vêm sendo realizados
Em 2018, uma pesquisa publicada pelo Journal of Affective Disorders, avaliou o uso da
substância por pacientes depressivos e mostrou que houve redução na ansiedade e no
estresse em 58% dos casos. Sabe-se que quem sofre com depressão possui uma
deficiência de neurotransmissores que respondem pela sensação de prazer e bem-estar
no organismo. E fitocanabinoides como o canabidiol atuam no sistema endocanabinoide
para a ajudar a restabelecer essa função.
Outro estudo publicado no último ano na revista Frontiers in Psychiatry observou 538
pacientes que sofriam de depressão e/ou ansiedade. Destes, 368 já usavam maconha
medicinal para controle dos sintomas e 170 ainda não estavam usando. Os resultados
mostraram que os pacientes que faziam uso de maconha medicinal tinham sintomas
depressivos menos graves do que os não usuários, assim como uma melhora na
qualidade de vida, menos dor e mais qualidade no sono.
A pesquisa foi realizada de forma colaborativa pela Escola de Medicina da Johns Hopkins
University (Baltimore) e pela Realm of Caring Foundation (Colorado).
É importante lembrar que cada caso deve ser avaliado individualmente por um médico
para que o tratamento mais adequado seja recomendado, inclusive uma eventual
indicação de uso de canabidiol.