O uso de CBD por idosos vem crescendo. Nos últimos quatro anos, praticamente quadriplicou o aumento da demanda pelo segmento acima de 65 anos nos pedidos de importação da maconha medicinal.
Para se ter ideia, segundo dados da Anvisa, em 2019 foram 8.522 autorizações, número que passou para 19.120 em 2020 e para 33.793 até novembro de 2021.
Mas como os produtos à base de CBD podem auxiliar os idosos? Primeiramente, é preciso considerar que eles já vêm sendo usados com bons resultados em algumas doenças que afetam especialmente os mais velhos, como Alzheimer e Mal de Parkinson.
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca sintomas neuropsiquiátricos e comportamentais que progridem ao longo do tempo. Cerca de 10% das pessoas acima de 65 anos e 25% das que têm mais de 85 podem apresentar perda de memória e da linguagem, irritabilidade e agressividade; e comprometimento das atividades diárias, mesmo as mais simples.
Há estudos que demonstram quo CBD ajuda a tratar os sintomas comportamentais que estão presentes na doença, como alterações de humor, agitação e agressão. Ainda assim, mais pesquisas são necessárias.
Com relação ao Mal de Parkinson, trata-se de um distúrbio neurodegenerativo que afeta principalmente homens com mais de 60 anos. A doença é caracterizada por tremores, lentidão nos movimentos, rigidez muscular e instabilidade postural. Também traz sintomas como depressão, fadiga e ansiedade.
Alguns estudos realizados com o CBD sugerem que a Cannabis pode oferecer efeitos neuroprotetores a quem sofre com o distúrbio, já que seus canabinóides, entre outros pontos, supririam os danos oxidativos e melhorariam a função mitocondrial das células.
CBD ajuda a combater insônia e dor crônica
Além do uso para tratar doenças específicas, o CBD também pode ajudar a aliviar problemas que afetam os idosos, como a insônia. Estudos indicam que o canabidiol é eficaz para melhorar a qualidade do sono, agindo diretamente contra a ansiedade que, muitas vezes, não deixa as pessoas dormirem.
Um dos estudos realizados com o CBD foi feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Eles utilizaram a substância em ratos e observaram que o CBD elevou o tempo total de sono, a latência do sono durante o dia e também a do sono REM no grupo que recebeu 40 mg/kg.
O sono REM é a fase de movimentos musculares involuntários, atividade cerebral intensa e batimentos cardíacos mais rápidos, entre outros pontos. É uma fase importante para o processamento das memórias.
Outro ponto importante é a dor crônica. Muitos idosos sofrem com isso e podem encontrar alívio com o uso do CBD, que ajuda a diminuir a inflamação. Além disso, o uso tópico, através de pomadas, géis e cremes facilita.
O que ocorre no combate às dores é que, ao conectar suas moléculas aos receptores canabinóides nos nervos sensoriais, células inflamatórias e estruturas anexas à pele, o composto proporciona alívio.