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CBD pode auxiliar no combate aos sintomas do Alzheimer

Uso do canabidiol tem apontado resultados no controle das alterações neurodegenerativas e comportamentais da doença, mas ainda faltam estudos

CBD e Alzheimer: como essa relação pode trazer resultados favoráveis no combate à doença? Apesar de não haver evidências concretas de que a substância pode parar, impedir ou retardar a progressão deste mal, algumas pesquisas têm indicado que o canabidiol poderia ajudar no combate aos danos oxidativos e também no controle das alterações de comportamento derivadas do Alzheimer. Vamos explicar melhor neste artigo.

Primeiramente, é preciso entender que o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca uma série de sintomas neuropsiquiátricos e comportamentais que progridem ao longo do tempo. Cerca de 10% das pessoas acima de 65 anos e 25% das que têm mais de 85 podem apresentar alguns sintomas relacionados, como perda de memória e da linguagem, repetição da mesma perguntas várias vezes, irritabilidade e agressividade; e comprometimento das atividades diárias, mesmo as mais simples.

Dentre os fatores de risco para o Alzheimer estão o histórico da família, a menor execução de atividades intelectuais complexas que ajudariam no estímulo cerebral e, principalmente, a idade. É natural que à medida em que envelhecemos, algumas coisas aconteçam no organismo, como perda de células nervosas, má circulação sanguínea no cérebro e disfunção de células gliais, que mantêm o cérebro funcionando.

Normalmente, o tratamento do Alzheimer é feito com medicamentos, visando estabilizar o comprometimento cognitivo, modificar as manifestações da doença e trazer o mínimo possível de efeitos colaterais. Ainda assim, como acontece com outras síndromes e doenças, nem sempre os resultados obtidos são suficientes e muitos estudos são realizados visando encontrar alternativas. Alguns deles têm indicado que o CBD poderia servir como uma alternativa medicamentosa complementar.

Estudos avaliam efeito do CBD em substâncias prejudiciais do organismo

Um dos estudos realizados mostrou que células que receberam um pré tratamento com CBD puderam resistir aos efeitos do beta-amilóide nos neurônios. O beta-amilóide é uma substância produzida pelo cérebro que forma placas nas células nervosas, muitas vezes causando sua morte.

Também há evidências de que o CBD e outros compostos encontrados na maconha medicinal (hemp) poderiam inibir os efeitos da enzima acetilcolinesterase, responsável por quebrar um neutrotransmissor importante na recuperação da memória, o acetilcolina. Melhorar a função deste neurotransmissor é uma das principais estratégias no combate ao Alzheimer em tratamentos convencionais.

Outro estudo realizado pelo grupo do professor Fabrício Moreira do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciência Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) confirmou o papel neuroregenerador do CBD. A substância atua ampliando as células progenitoras de neurônios no hipocampo. Ainda assim, novos estudos continuam sendo necessários para confirmar os reais benefícios do CBD no combate ao Alzheimer.

Alguns sintomas tendem a encontrar melhora com uso de CBD

Apesar da necessidade de haver mais pesquisas relacionadas ao uso do CBD para combate ao Alzheimer, já há estudos que demonstram que a substância é eficaz no tratamento de sintomas comportamentais que também estão presentes na doença, como alterações de humor, agitação e agressão.

Em relato ao site Viva Bem (UOL), familiares do senhor Walter, de 86 anos, relatam melhora na agressividade com o uso da substância. “Nós já tínhamos um agravante, porque ele é surdo e depois que foi diagnosticado com Alzheimer, seguir nossas orientações ficou mais difícil(...)A doença foi evoluindo e ele ficou cada vez pior, com comportamentos agressivos e chegava até a agredir minha mãe. Quando descobrimos o canabidiol, fomos atrás e hoje ele está bem melhor(...) Ele começou a interagir mais, reconhecer os bisnetos, montar frases conexas. Nunca deixamos de dar o remédio da doença. O canabidiol serve de complemento e o resultado é satisfatório".

CBD pode ajudar a aumento fluxo sanguíneo cerebral e danos oxidativos

Também é importante relatar que o CBD tem entre seus benefícios a capacidade de aumentar o fluxo sanguíneo cerebral em razão de substâncias contidas na planta, como eucaliptol, óxido de cariofileno e borneol. Os danos oxidativos também podem ser combatidos com auxílio do CBD, desde que o óleo utilizado contenha o espectro completo de substâncias da maconha medicinal (hemp). Para entender melhor a diferença entre CBD e THC, leia esse artigo.

É importante ressaltar que a planta cultivada pela USAHEMP possui o CBD como substância dominante, estando o THC presente em no máximo 0,3% de sua composição química.

No Brasil, desde 2019, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da maconha medicinal para epilepsia e outras condições médicas através de importação. Em janeiro de 2020, o órgão também aprovou proposta para simplificar a importação de produtos à base de canabidiol, o que pode facilitar o tratamento de pacientes que sofrem com doenças degenerativas como o Alzheimer.

"O canabidiol não deve ser usado como tratamento único, mas sim como uma terapia complementar. Não disponibilizá-lo e ainda acreditar que ele não é seguro é ruim. Além de uma melhora na qualidade de vida do cuidador, o idoso com Alzheimer terá melhora no sono, na agressividade, não levantará tantas vezes durante a noite para fazer xixi. Os efeitos são evidentes", opina Leandro Ramires, cirurgião oncológico e mastologista do Hospital das Clínicas de Minas Gerais e presidente da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal em matéria do site Viva Bem.

CBD pode ajudar a aumento fluxo sanguíneo cerebral e danos oxidativos