O Sistema Único de Saúde (SUS) tem aberto cada vez mais as portas do uso medicinal da cannabis para seus pacientes. Em São Paulo, o governo regulamentou a distribuição em dezembro do ano passado, sendo que três condições de saúde passaram a poder ser tratadas com canabidiol: síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gastaut e esclerose tuberosa.
Em Araraquara, uma mesa redonda aconteceu nesse mês para apresentação dos resultados do uso medicinal da cannabis em pacientes do SUS.
No último dia 18, o evento “Araraquara: a cidade referência - Implantação do Programa Municipal de Distribuição de Remédio à base de Cannabis” fez parte da 2ª Semana Municipal em Defesa da Cannabis Medicinal “Antonio Luiz Marchioni – Padre Ticão.
Ao longo da mesa-redonda, a farmacêutica clínica e especialista em cannabis Stephani Ferrisi, que acompanha 25 pacientes que realizam tratamento com óleo da cannabis na cidade pelo SUS, procurou contar exemplos de melhorias na saúde dos mesmos.
“Com Rivotril, o paciente não dormia. A partir do momento em que iniciou o tratamento [com cannabis], está tendo uma noite de sono maravilhosa. Melhora a agitação, a agressividade, a comunicação. A gente ‘desmamou’ o Rivotril, o Escitalopram, que é antidepressivo, e o Risperidona também, que é um antipsicótico utilizado muito em casos de autismo”, disse Stephani.
De acordo com a profissional, o uso medicinal da cannabis nos pacientes - que têm Transtorno do Espectro Austista (TEA) e quadros de epilepsia refratária, e vêm usando os medicamentos há dois meses - vem ajudando a melhorar o sono, regular o apetite e melhorar a agitação física e mental.
Ela ressaltou as diferenças entre efeitos colaterais dos fármacos tradicionais, que podem ser grandes, e dos medicamentos à base de cannabis; e explicou que a cannabis ajuda a diminuir a inflamação do organismo, agindo como um equilibrador.