O TEA é uma condição neurodesenvolvimental que vem sendo cada vez mais diagnosticada em todo o mundo. Segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), nos Estados Unidos, uma em cada 36 crianças tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) atualmente. Em 2004, o número era de 1 em cada 166.
O autismo se manifesta em diferentes níveis, caracterizando-se principalmente por desafios na interação social, comunicação e comportamentos repetitivos. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, tornando cada caso único.
Nos últimos anos, estudos têm explorado o potencial da cannabis medicinal para aliviar sintomas associados ao TEA, como ansiedade, insônia, dificuldade de interação social e comportamentos agressivos. Segundo especialistas, o canabidiol (CBD) é particularmente eficaz para controlar a ansiedade, enquanto o tetrahidrocanabinol (THC) pode ser usado em doses controladas para tratar a agressividade.
Um estudo publicado em 2018 na revista Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological Psychiatry analisou dados clínicos e pré-clínicos sobre o uso da cannabis medicinal em jovens com TEA. Os resultados indicaram melhora na interação social, além de redução de sintomas como insônia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Apesar disso, os pesquisadores destacam que ainda são necessários mais testes clínicos para garantir a segurança e eficácia desse tratamento.
Outro estudo, publicado na Nature, acompanhou 188 pacientes com TEA entre 2015 e 2017. Os resultados foram animadores: 28% dos participantes relataram uma melhora significativa nos sintomas. Os autores concluíram que a cannabis medicinal pode ser uma opção segura e eficaz para aliviar os sintomas do autismo, embora o tratamento deva sempre ser supervisionado por especialistas.
No Brasil, um estudo publicado em 2023 na revista Frontiers in Psychiatry encontrou evidências de que o uso personalizado do extrato de cannabis pode ajudar no tratamento de pacientes autistas. Dentre 20 pacientes acompanhados, 18 apresentaram melhora na maior parte dos sintomas associados ao TEA, tais como insônia, agressividade, hiperatividade e crises convulsivas.