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Crianças podem usar CBD?

Tratamento da epilepsia é comum e estudos sugerem uso para TDAH e autismo

O uso do CBD, composto predominante da maconha medicinal, tem sido alvo de muitas pesquisas, o que o torna cada vez mais popular para o tratamento de uma série de enfermidades, inclusive com relação às crianças, desde que, naturalmente, exista acompanhamento médico. 

 

No Brasil, por exemplo, um caso bastante conhecido do uso de CBD por crianças é o de Anny Fisher, a primeira brasileira a obter autorização judicial para importação do CBD, em 2014. Portadora da síndrome de Rett CDKL5, ela sofria com epilepsia severa e outros sintomas. Antes de usar a substância, chegava a ter 80 crises epilépticas por semana, as quais duravam até 10 minutos, impedindo que andasse e se alimentasse. 

 

Em  entrevista ao UOL, a mãe de Anny explicou que a família ficou chocada com os resultados obtidos. “Quanto à melhora, não foi só dela, mas também da família inteira. A redução nas crises trouxe qualidade de vida”, contou. 

 

Uso para tratamento da epilepsia é comum

 

Assim como no caso de Anny, muitas crianças que sofrem com a epilepsia fazem uso do CBD para encontrar melhora. São muitos os estudos que comprovam a diminuição no número de crises. Um deles, publicado na revista Frontiers in Neurology, conta que foi oferecido extrato de cannabis com 95% de CBD a sete crianças com epilepsia grave e, em quatro delas, houve melhora de mais de 50% no número de crises diárias. Ao ser dobrada a dose, todas as crianças tiveram melhora e três pararam de ter crises convulsivas. 

 

“Algumas dessas crianças começaram a conversar ou engatinhar pela primeira vez, tornando-se mais interativas com as famílias e entes queridos”, disse Richard Huntsman, neurologista pediátrico e autor do estudo, em comunicado enviado à imprensa.

 

Uso em autismo

O autismo ou transtorno do espectro autista (TEA) em crianças também vem sendo objeto de estudo com relação ao uso de CBD em crianças.  A substância ajuda, por exemplo, a combater sintomas como comportamentos obsessivos, alterações de humor, ansiedade e, em alguns casos, convulsões.

Um novo ensaio clínico da University of California-San Diego tem foco em crianças entre 7 e 14 anos que sofrem com problemas de comportamentos extremos relacionados ao autismo. Trata-se do primeiro ensaio clínico da Fase III sobre o tema. “O CBD pode ser importante no tratamento de muitas deficiências neurológicas, mas há um interesse particular no autismo porque os problemas comportamentais podem ser graves e limitar a capacidade da crianças de aprender e se socializar”, disse à imprensa Doris Trauner, professora de Neurociências e Pediatria da UC San Diego School of Medicine.

Além da epilepsia e do autismo, o CBD também pode ajudar crianças que sofrem com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade), ajudando  a combater a ansiedade, o estresse e a insônia. 

 

Autorização da Anvisa

 

Como já explicamos no blog, existem diferenças fundamentais com relação à maconha recreativa e medicinal; e estamos falando apenas da segunda opção por aqui. 

 

No Brasil, a importação de CBD para o tratamento de crianças e adultos é permitida pela Anvisa, desde que haja prescrição médica e sejam seguidas algumas regras. Também é possível encontrar dois produtos em farmácias, com aquisição igualmente condicionada à prescrição médica e trâmites de segurança similares aos das vendas de produtos controlados.