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Insônia responde por boa parte das indicações de uso medicinal de cannabis, diz estudo

Pacientes cada vez mais buscam alternativas que ajudam a melhorar o sono e a qualidade de vida

A dificuldade para dormir é um problema crescente em todo o mundo e, no Brasil, começa a ganhar destaque também entre as indicações médicas para uso da cannabis. Um estudo recente da Blis Data realizado com 5,4 mil pacientes em 774 municípios mostrou que 18% dos tratamentos com cannabis medicinal no país têm como principal indicação a insônia, reforçando a busca por alternativas eficazes e seguras quando os métodos convencionais não funcionam.

A insônia é multifatorial: pode estar associada a ansiedade, estresse, dor crônica, depressão ou até hábitos inadequados. Nesse cenário, os derivados da cannabis, como o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) em doses controladas, vêm sendo estudados como ferramentas terapêuticas para promover o relaxamento, reduzir despertares noturnos e melhorar a qualidade do sono.

Outros estudos citam os benefícios da cannabis para quem não consegue dormir. Uma pesquisa publicada na PubMed em 2024 avaliou o impacto do óleo de cannabis em adultos com insônia e constatou melhora significativa na qualidade do sono em comparação ao placebo. Além disso, um estudo brasileiro destacou que a cannabis pode contribuir para diminuir a hiperativação cerebral durante os estágios mais leves do sono, favorecendo um descanso mais profundo e restaurador.

Por que a cannabis pode ajudar?
O corpo humano possui o sistema endocanabinoide, responsável por regular processos como sono, humor e resposta ao estresse. Os canabinoides presentes na planta interagem com esse sistema, ajudando a equilibrar funções que, quando desreguladas, dificultam o descanso noturno.

O CBD tem ação ansiolítica e moduladora, ajudando a acalmar a mente antes de dormir. Já o THC, em doses baixas e controladas, pode reduzir o tempo necessário para adormecer. Essa combinação faz com que a cannabis seja considerada uma alternativa promissora, especialmente em casos em que medicamentos convencionais não apresentam bons resultados ou geram efeitos colaterais indesejados, como dependência e sonolência residual.

Apesar dos avanços, especialistas ressaltam que a cannabis medicinal não é uma solução única para todos os casos de insônia. O tratamento deve ser sempre individualizado e acompanhado por médicos capacitados, que avaliam fatores como histórico de saúde, uso de outros medicamentos, formulação e dosagem adequada.