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Idosos e o uso medicinal de cannabis

Sintomas próprios da idade avançada, como dores crônicas e insônia, poderiam ser aliviados com o uso da planta, desde que sob acompanhamento médico

A população mundial vem envelhecendo.  No Brasil, a proporção de 60+ quase dobrou entre 2000 e 2023, de 8,7% da população para 15,6%, e a tendência é que, em 2040, já existam mais idosos no País do que crianças. Já nos Estados Unidos, a expectativa é que até 2050, os 65+ representem cerca de 23% dos americanos. Neste cenário, o uso medicinal da cannabis vem ganhando espaço entre os mais velhos no país. 

Uma análise liderada por pesquisadores do Center for Drug Use and HIV/HCV Research (CDUHR) da NYU School of Global Public Health mostrou que, em território americano, o  uso de cannabis entre idosos cresceu para 7% em 2023, acima dos 4,8% em 2021 e 5,2% em 2022; ou seja, um aumento de quase 46% em apenas dois anos.


"Nosso estudo mostra que o uso de cannabis entre idosos continua a aumentar, embora haja grandes mudanças no uso de acordo com fatores demográficos e socioeconômicos", explicou Joseph Palamar, PhD, MPH, professor associado de saúde populacional na NYU Grossman School of Medicine, pesquisador afiliado ao CDUHR e autor sênior do estudo.

Segundo especialistas, o aumento no uso medicinal de cannabis por idosos nos Estados Unidos pode estar ligado à  legalização gradual no país e diminuição da percepção de risco do uso.


Benefícios para os idosos

O envelhecimento traz consigo uma série de sintomas, como dores crônicas, ansiedade, insônia e problemas relacionados à memória. Por outro lado, muitos estudos vêm mostrando que o canabidiol (CBD) pode ser uma alternativa benéfica para essas questões, ainda que sejam necessárias mais pesquisas específicas para esse grupo etário.

Especialistas concordam que a orientação médica deve prever  cuidados extras na dosagem já que, além de interações medicamentosas, idosos costumam ter um metabolismo mais lento. 

Confira como a cannabis medicinal pode ajudar a tratar problemas comuns da idade

Dores crônicas: Segundo estudos, a planta pode ajudar a tratar artrite, neuropatias e dores musculoesqueléticas com menos efeitos colaterais que os fármacos tradicionais.

 

Alzheimer: Pesquisas iniciais, como a da UNILA, sugerem melhorias de sintomas comportamentais e auxílio na memória e atividades diárias.

 

Insônia: Estudos, como o da Universidade de Colorado (EUA) mostram que o uso de canabidiol pode  melhorar a qualidade do sono e a citotoxicidade das células imunológicas.

 

Hipertensão: Um estudo recente conduzido por pesquisadores do Centro de Biotecnologias da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (ABRACE) mostrou resultados promissores sobre o uso do CBD no tratamento da hipertensão. Publicado na revista Journal of Hypertension, o estudo enfatizou o potencial terapêutico do óleo de cannabis rico em CBD em ratos hipertensos.