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Como a maconha medicinal pode ajudar quem tem autismo

Ensaio clínico mostra melhora de crianças com autismo

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), ou simplesmente autismo, atinge uma a cada 160 crianças, de acordo com a Associação Amigos do Autista (AMA). Trata-se de uma condição cujos sinais aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e idade adulta; e a maconha medicinal tem sido utilizada para ajudar no combate a alguns comportamentos característicos, como agressividade, instabilidade ou distúrbios do sono. 

 

Algumas pesquisas vêm sendo realizadas e demonstram resultados positivos para tratar o autismo, ainda que os especialistas concordem que são necessários mais estudos para tirar conclusões.

 

Um deles foi divulgado pela Nature com o título: “Experiência da vida real no tratamento com cannabis medicinal: análise da segurança e eficácia”. O estudo considerou dados de 188 portadores de autismo em tratamento com maconha medicinal entre 2015 e 2017. Parte deles apresentava epilepsia e TDAH.

 

Após seis meses de tratamento com óleo de cannabis com 30% de CBD e 1,5% de THC, houve melhora dos sintomas em 30,1% dos pacientes, sendo que 53,7% disseram que a melhora foi moderada, 6,4% disseram que foi discreta e 8,6% não relataram melhora. 

 

Outro estudo, de Poled et al (2018), com o título: “Canabidiol como um candidato sugerido para o tratamento do Transtorno do Espectro do Autismo”, publicado pela Elsevier, mostrou que o CBD  teria algumas propriedades pró-sociais, ajudando também a tratar TDAH, ansiedade e convulsões, que costumam ser comuns no autismo. 

 

Ensaio clínico mostra melhora de crianças com autismo

 

Um ensaio clínico envolvendo crianças autistas e canabidiol foi realizado no Centro de Pesquisa de Cannabis Medicinal da UC-San Diego.

 

Um dos participantes, Ezra Fouquette, apresentava agressividade e apresentou melhoras significativas no comportamento, de acordo com depoimento de sua mãe à CNN. Ela explicou que, antes do tratamento, já havia feito tudo que poderia para tentar ajudá-lo. “Tentamos dieta sem glúten, sem caseína, sem laticínio. Tentamos remédios homeopáticos. Tentamos todas as terapias que existem”, disse ela. 

 

Ezra recebeu placebo em um período do ensaio e CBD em outro, sendo que nem ela e nem os médicos sabiam quando ele estaria recebendo canabidiol. O resultado é que a agressividade regrediu e ele passou a se comunicar. “Estou recuperando meu filho”, disse. Confira aqui a matéria.