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CBD ajuda a combater sintomas do Burnout

Estudo da USP de Ribeirão Preto mostra resultados positivos no uso da substância

Burnout. A síndrome que dá nome ao esgotamento profissional foi bastante pronunciada nestes tempos de pandemia, já que foram muitos os profissionais que tiveram que lidar com problemas como exaustão física e emocional no trabalho. A boa notícia é que o canabidiol (CBD) pode ajudar a combater os sintomas do Burnout.

Um estudo realizado por pesquisadores da USP de Ribeirão Preto, cuja divulgação dos resultados é recente, avaliou os efeitos do CBD em 120 médicos, enfermeiros e fisioterapeutas do Hospital da Clínica da Faculdade de Medicina da cidade  (FMRP). Todos trabalhavam no atendimento a pacientes com covid-19, estando submetidos a condições de desgaste físico e emocional constantes. 

Os profissionais foram divididos em dois grupos por 28 dias, sendo que 61 deles receberam CBD diariamente além do tratamento padrão; e 59 receberam apenas tratamento padrão. Para avaliar os resultados, os pesquisadores realizaram avaliações em uma etapa subjetiva, através de um questionário; e objetiva, por meio de uma entrevista com médicos.

Pesquisa indicou benefícios do uso de CBD em Burnout

Os resultados publicados no Journal of American Medical Association (JAMA), revista científica da Associação Médica Americana, mostraram que houve diminuição de 60% nos sintomas relacionados à ansiedade, 50% nos sintomas de depressão e 25% nos de burnout entre os profissionais que fizeram uso de CBD se comparados com os profissionais que apenas realizaram o tratamento padrão. 

O CBD já é reconhecido por seus efeitos para combater a ansiedade, o que é explicado por suas interações com o receptor CB1 e os 5-HT1ARs, receptores de serotonina, na região cerebral. A serotonina é responsável pelo controle do humor e sentimento de alegria. Além disso, o uso do canabidiol pode ajudar a tratar as dores causadas pela rigidez muscular depois de um dia de muita ansiedade. 

Segundo o professor José Alexandre Crippa, da FMRP, os resultados são relevantes pois ainda não há tratamento farmacológico para o burnout. Além disso, as medicações normalmente utilizadas para ajudar no combate dos sintomas precisam de um tempo maior para começar a gerar efeitos positivos (como no caso de antidepressivos) ou, ainda, podem causar sedação, como acontece com os benzodiazepínicos. 

Efeitos colaterais

Apesar dos resultados positivos, a pesquisa também mostrou alguns efeitos colaterais isolados. Dos 61 profissionais submetidos ao uso de CBD para combate aos sintomas do Burnout, cinco apresentaram aumento nas enzimas hepáticas e farmacodermia, uma reação cutânea adversa a medicamentos. Mas uma vez interrompido o uso, houve total recuperação. 

Acredita-se que as pesquisas relacionadas ao uso de CBD com relação ao Burnout, síndrome cada vez mais comum nos dias atuais, ainda precisam ser ampliadas para melhor entendimento. De qualquer forma, o uso por quem está sofrendo com a síndrome deve ser orientado e monitorado por um médico.