Você sabia que um dos principais usos da cannabis medicinal é para combater os sintomas da epilepsia refratária? Segundo a Epilepsy Foundation of America, cerca de um a cada três casos de epilepsia se enquadram nesta condição, que é caracterizada por crises epilépticas que continuam a existir apesar da administração adequada de fármacos tradicionais.
Um estudo recente publicado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, confirmou a eficácia do canabidiol (CBD) no tratamento da epilepsia refratária. A pesquisa analisou dados de 20 ensaios clínicos envolvendo mais de 3 mil pessoas com diferentes tipos de epilepsia e demonstrou que o uso do CBD foi capaz de reduzir pela metade a frequência das crises em uma parcela significativa dos participantes.
Os resultados são ainda mais animadores quando considerados os efeitos colaterais: segundo os autores, a maioria dos pacientes tolerou bem o tratamento, com eventos adversos leves a moderados, como sonolência e diarreia. Essa boa resposta terapêutica ao CBD é especialmente relevante em casos como a Síndrome de Dravet e a Síndrome de Lennox-Gastaut, formas graves e resistentes de epilepsia infantil.
Vale lembrar que, no Brasil, o uso do canabidiol para epilepsia refratária já é aprovado pela Anvisa e pode ser prescrito por médicos habilitados. Inclusive, a condição foi uma das principais responsáveis por abrir caminho para a regulamentação da cannabis medicinal no país, após casos emblemáticos de crianças que obtiveram melhoras com o tratamento.