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Você sabia que a cannabis também está na indústria têxtil?

Os tecidos de cânhamo, uma linhagem da planta, existem em diversos locais do mundo

Você já ouviu falar em tecidos produzidos através da cannabis? Pode até parecer algo inusitado para alguns, mas eles existem e estão são bem comuns em diversas partes do mundo, especialmente em países nos quais o cultivo é legalizado.


O que acontece é que a cannabis sativa possui linhagens diversas. Uma delas é o cânhamo, que tem genética, uso e forma de cultivo diferente das da maconha. E a plantação, neste caso, produz mais fibras por hectare do que materiais como o linho ou o algodão, além de consumir menos água na plantação e ser mais resistente a pragas.  


Já há várias marcas que usam a matéria-prima em suas confecções. É o caso da FloYou, que, em 2021, criou calcinhas absorventes feitas com cânhamo. Ou, ainda, da Reserva, Greenco, Ginger e Weedog. Vale dizer que as peças feitas com a substância costumam durar mais. De acordo com a descrição realizada em produtos da Reserva, “as fibras de cânhamo são quatro vezes mais duráveis que as de algodão”. Outra das vantagens das peças feitas com o material, além da resistência, é que são hipoalergênicas e não irritam a pele.


Porém, como o cânhamo não pode ser fabricado no Brasil, o trabalho com a matéria-prima exige que seja feita a importação do tecido ou, ainda, que a fabricação ocorra totalmente fora do País. 


Vale dizer que o uso do cânhamo na indústria têxtil não é algo recente, pelo contrário. O que se sabe é que já em 8.000 A.C os fenícios já usavam o tecido. Mais para frente, pintores como Van Gogh e Rembrandt passaram a usar telas feitas de lona de cânhamo em suas obras. E, na segunda guerra, a matéria-prima foi usada na maior parte dos uniformes de militares americanos. 


Na história mais recente, foi em 1994 que nasceu a Hemp Traders, fornecedora de produtos de cânhamo na América do Norte. Lawrence Serbin, dono da empresa, descobriu a resistência dos tecidos feitos com a substância aos raios ultravioleta, permitindo maior fixação da tintura nas peças. “Vislumbramos um futuro onde a cannabis será processada localmente para preencher nossas demandas por materiais, papéis, plásticos e têxteis”, afirma a empresa em seu site.